Administração é uma ciência apaixonada por frases de efeito, que tendem a mitificação e diretriz corporativa. Uma das mais famosas é a do inventor e empresário Thomas Edison: “O gênio consiste em 1% de inspiração e 99% de transpiração”. Ela tem várias versões. Usei a mais citada.
Esclarecimento: cientista trabalha com hipóteses e testes. Assim, no caso dele, a descoberta consiste em errar muito antes de acertar. E aqui existem dois pontos:
1- Dificuldade em identificar o problema para conseguir o resultado esperado;
2 – Não saber, de fato, qual resultado será alcançado.
A frase não se aplica a gestão. Imaginem uma organização utilizar 99% do seu tempo executando? 99% do seu tempo com retrabalho? 99% do seu tempo tentando converter novos clientes?
Segundo a Fundação Dom Cabral, 70% da dificuldade das empresas em alcançar resultados encontra-se na execução. Essa etapa é feita sem qualquer investigação sistemática do problema e planejamento de ações corretivas.
Tomadores de decisão, lideranças, precisam usar mais tempo apoiando e dando suporte à esse momento crítico. E, atualmente, isso até significa fazer testes. Em pequena escala, claro. A contrapartida é que torna-se fundamental utilizar menos tempo no fazer. O objetivo não é rivalizar o velho com o novo. Técnica de gestão é boa ou não. Independente de quando surgiu. O ponto é confrontar o custo entre “inspiração e transpiração” do pensamento lúdico do Thomas Edison. Cada vez mais o direcionamento tem sido em fazer melhor e mais rápido. Invertendo tal lógica. É possível exemplificar com o PDCA, Lean startup, Scrum, Design Thinking, Kanban, Business Model Canvas, OKRs, para citar algumas ferramentas de gerenciamento.
O histórico inventor e empresário não estava errado, apenas tiraram o pensamento dele do contexto. Provavelmente, por causa do apenas 1% de inspiração.